Umbigo de Eros

Te convido para sentar no sofá vermelho de Eros... Vamos escarafunchar os Umbigos!

Conhecer gente é uma das coisas que, hoje, me dão mais prazer! Caras novas, papos novos, me enchem de entusiasmo! Na infância e na adolescência, tudo converge pra isso, mas à medida que amadurecemos, vamos criando indisponibilidades, sem perceber. Claro que pra fazer amizade o tempo ajuda, mas se houver abertura, de uma hora pra outra, aquela pessoa tão recente na sua vida se faz próxima. Pensando nisso e no prazer que dá conhecer novas pessoas, resolvi listar as indisponibilidades mais freqüentes, pelo menos comigo. Se souberem de outras situações e atitudes dificultosas ao contato, me enviem, por favor. 


Antes de começar queria lembrar que somos heterosociais. Homens e mulheres podem ser amigos sem maiores intenções, uai. Tem gente que não consegue ver como amigo(a) alguém do sexo oposto, parte logo pra azaração. E quando percebe que não vai dar em nada, ignora solenemente a presa. Ai que preguiça! 


Enfim, a lista pode ficar com cara de livro de auto-ajuda mas, vamo lá:

1. A primeira impressão é a que fica. Uma feição séria, em geral, é tida como mal humorada, ranzinza, o que, naturalmente afasta o contato. Respirar e relaxar os músculos faciais pode ser umas...;

2. A timidez ou o recolhimento gerado pelo desconforto de não conhecer ninguém num determinado lugar, nos faz evitar o olhar do outro ou virar o rosto, o que também pode ser lido como falta de educação ou arrogância. Respeitar a timidez, claro, mas mantendo o olhar acessível pode ajudar;

3. Num primeiro contato, se a primeira coisa que se diz é algo negativo, já gera um distanciamento. Essa vale pra vida toda, já que sabemos, o positivo tem muito mais força que o negativo. Aprendi, recentemente, por exemplo, que criticar, sem apontar uma sugestão/solução é apenas jogar merda no ventilador;

4. Algumas vezes emitimos opiniões muito rígidas e panfletárias, como meio, até inconsciente, de nos mostrarmos maiores do que na verdade, estamos nos sentindo naquele momento. Essa situação me deixa, depois, com uma puta ressaca moral;

5. O preconceito também gera uma falsa sensação de superioridade, tipo: Essa pessoa é muito nova, sem conhecimento! Ou então essa pessoa é muito velha, careta! Gente é gente, e o que nos torna interessantes vai muito além de credo, cor, idade,  e o que aproxima está nos pequenos detalhes;

6.Outro lance super frequente comigo, é encontrar alguém que eu conheço, de alguma situação anterior mas que, quando encontro, não sei se me reconhece. Como a pessoa não fala comigo... ficamos assim. Essa tô penando pra mudar e tentando dizer logo "Oi!" e pronto!. O outro pode não responder,mas a gente sobrevive a isso.

 Bom dia e boa tarde, além de serem coisas bem legais de se desejar, podem quebrar o gelo e favorecer a aproximação. Pode ainda haver influência dos astros, dos hormônios, do humor e sei lá mais o quê, nas nossas indisponibilidades e mesmo nas disponibilidades. Só sei que conhecer gente nova tem me feito um bem danado, e tô bem ligada pra facilitar a parada.

Namastê 
Anasha 

       "A tarefa metafísica do homem consiste na contínua ampliação da consciência
       em geral, e seu destino como indivíduo, na criação da consciência individual. 
                                       É a consciência que dá significado ao mundo". 
                                                                                 Jung

Mas que diabos é isso? Calmaê, que talvez o texto se explique. Ou não.

Tive um surto transformador, o segundo de que nitidamente me lembro porque estava bem consciente. Assisti a um vídeo onde o cara falava das dores e doenças corporais como criações da própria mente. Até aí tudo bem, a psicossomática e outras tantas já tinham cantado a pedra. Mas o sujeito colocou como ponto nevrálgico da questão, a raiva, a raiva não expressa, ponto. Isso já mexeu comigo, uma raivosa de carteirinha!

Numa ordem de importância, ele coloca a raiva não expressa na infância como a mais relevante, seguida da raiva causada pelo nosso próprio auto-aporrinhamento mental (cobranças de perfeição, de sucesso, beleza, gozo etc, etc) e por último, o stress. Esse, em geral, considerado a principal causa das queixas físicas, mas segundo ele, a menos importante.

Enquanto eu ouvia o cara, a dor no meu braço direito, amiga quase que diária (proveniente de uma hérnia de discos na cervical que isso e aquilo), parecia aumentar... Essa minha mente super sugestionável, graçasaossdeuses, se abalou com a teoria. Moral da história: Foi me dando um trem, foram chegando umas memórias antigas, de fatos nada agradáveis da minha infância, e nos quais, eu senti raiva, muita raiva, mas segurei. A raiva foi me tomando, e quando vi, tava berrando, estrebuchando, o corpo todo surtando... Meu observador interno tava atento, ligado na parada... Enquanto o corpo profundamente colapsava de raiva. Passado o clímax, pus-me a chorar, enquanto minhas mãos naturalmente iam me acarinhando inteira. Passada a catarse, havia desaparecido a dor no braço e eu me sentia cheia de alegria e disposição!

E à noite, não conseguia dormir, agitada, pensando na experiência. Foi quando então, tive outra epifania, essa elucidativa e redentora: consegui encontrar a solução para três grandes questões que eu carregava a alguns anos, e que me vieram assim, num lampejo. Questões pessoais e existenciais vitais pra mim e que vinham me tirando a energia a muito tempo. E eu ria, ria, achando graça de não ter encontrado aquelas saídas antes. Concluí, lembrando que a busca de sentido e significado é algo sempre pessoal, que aquele surto de raiva havia desentupido alguns canais da minha mente. 

Queridos leitores(as), não concluam que devam os senhores e senhoras agora também entrar em surto catártico. Nada disso! O que eu saquei, na veia, foi o poder da mente (e do corpo também). Já sofri e briguei por me achar racional demais. De fato, eu sou mesmo, o que às vezes pode ser irritante, mas também poderosamente saudável, já que consigo, por exemplo, ter uma experiência como a narrada acima simplesmente porque a teoria do cara fez todo o sentido pra minha mente racional e eu entrei na onda, afinal "é a consciência que dá significado ao mundo".

Se criamos as doenças, e os senhores e senhoras tem todo o direito de não acreditar nessa abordagem, acreditem, temos o poder de nos transformar, seja do modo que for. Cada um vai descobrir sua forma de epifania curativa. O que importa, caríssimos, é encarar as emoções. Depois desse dia, sempre que sinto alguma dor, entro na raiva, o corpo dá uma estribuchada e a dor passa... Minha mente gostou desse caminho, acreditou nele, tirou-lhe um significado... Pra outros nada disso fará o mínimo sentido, porque somos assim, diferentes, graçasaosdeuses.

Se você sentiu vontade de chorar e não chorou, teve vontade de gritar e não gritou e sei lá mais o que, pra onde vai tudo isso não expresso? No mínimo vira tensão, dor de cabeça! Tá cheio de meleca no nariz e ao invés de botar pra fora, joga pra dentro? Meleca, coco, xixi, raiva, tem que sair, não entrar.

Mas não concluam agora que devem os senhores e senhoras entrar no congresso espancando os parlamentares, botando a raiva pra fora (dá vontade né?) nem no seu chefe, amigo, filho sei lá. Nada disso! O outro não está no jogo, pelo menos nesse momento. Importa descobrir como escoar a emoção, sem sufocá-la. Uns vão correr, outros escrever, outros ainda dançar, estribuchar feito eu... Investigaê, no mínimo você se conhece melhor.

Segue os links da entrevista de Jorge Pontual, pela Globo News, com o fisiatra John Sarno sobre o papel das emoções na criação das dores físicas, o pivô de tantas epifanias!
http://www.youtube.com/watch?v=PAF0mMFMLzQ


Fui... Estribuchar!

Namastê 
Anasha