Fui a uma festa de 40 anos, das melhores! Saí de lá as 8h da manhã depois de apreciar o nascer do Sol coletivamente com o som da Dj ainda ao fundo, em harmonia total com aquele presente da natureza. Uma coisa! A energia, o clima, o visual e a galera muito alto astral. Gente bonita demais! Mas eu que sou uma esponja, quanto me vejo no meio de muita energia, as vezes, tenho que dar uma paradinha para respirar. Nessas horas me ponho num canto e só observo. É quando me regozijo e rio sozinha da graça de ser gente.
Bom, quem me conhece sabe que festa pra mim é ritual, momento mágico. Eu chego até a me preparar, sério. Especialmente nas minhas. Às vezes até rezo pedindo firmeza porque sei bem os caminhos que a coisa pode tomar. Enfim, adoro festa desde sempre. Uma vez fiz uma regressão e me vi cantando dentro da barriga da minha mãe. Festa solitária, mas festa, do umbigo até o caroço!
O maravilhoso da festa é que é sempre um jogo social onde se instauram novas e silenciosas regras, diferentes das do cotidiano e muito mais permissivas, graçasaosdeuses. A azaração é geral e todo mundo se põe mais bonito, mais disponível. Pra alguns a bebida ou outra substância que altere a consciência dá acesso a novas possibilidades de ser. Verdadeiras transformações acontecem. Gente que nunca fala se põe a tagarelar; gente recatada meio travada de repente se solta, libera geral; gente que nunca se viu bate altos papos, coisa profunda mas efêmera. Eu conversei com tanta gente que nunca vi numa intimidade que dava gosto... Não foi mentira, era parte do jogo, daquela brincadeira gostosa.
A pista de dança tava bombando: Dj Lelé, recomendo demais! A cozinha, uma maravilha, só de lembrar dos caldos dá água na boca. Até o caminho pro banheiro era um acontecimento: o tanto de gente interessante que eu cruzei nesse percurso... FSem falar da fogueira e da lua maravilhosa no céu!
Fui à festa com amigas queridas, com as quais eu só cruzava de vez em quando, afinal aquele mundo de gente estranha tava tentador demais para que nos prendêssemos umas as outras. Estávamos todas na mesma “vibe” - adoro essa gíria! Sem falar naquele povo conhecido que eu não via há anos. Ai como eu adoro gente! E os homens? Como disse uma amiga, quando a gente não tá a fim, não dispensa, joga pro final da fila. kkkkkkk
Hoje é quinta-feira. A festa foi no sábado mas tá rendendo até hoje. Explico. Sagrada festa que me tirou de algumas roubadas na semana. Sabem quando problemas ou pessoas cheias deles passam por nós abalando tudo? Nossa, essa semana começou cheia disso. Mas como a festa me deixou muito cheia de mim, deixei a problemaiada passar, afinal nada daquilo me pertencia. E saí ilesa. E me vi sábia.
E gostei mais ainda de ver uma festa de quarenta anos tão alto astral. Ah, outro ponto muito legal da festa é que a maioria da galera tava na mesma faixa etária, entre trinta e poucos e cinquenta e poucos. Um povo jovem, no sentido mais profundo do termo. O que me fez lembrar das pessoas de quarenta que eu conhecia quando era criança: um povo velho, careta, mal humorado. Essa comparação me fez refletir.
Desde menina já me imaginava aos 30 anos cheia de sabedoria emocional, espiritual, sexual, intelectual, profissional, au au au... Só latindo. Enfim, me olhei no espelho aos 30 e faltava muito pra tanta expectativa. Entrei em crise, claro. Agora, faltando pouco para chegar aos 40, nem vestígio de crise. Então percebi que a expectativa que criei pros 30 tá combinando bem mais com os meus 40. A juventude tá se estendendo, sei lá. Deixo pros antropólogos uma análise mais profunda da coisa mas que estamos ganhando juventude estamos. Conheço gente de 50, 60, 80 anos super ativa, jovem, bonita, pensante, atuante, vibrante, dançante...
Resumo da ópera: A juventude é um estado de espírito assim como a velhice. E vamos combinar: festa é tudo de bom. Ah, um beijo pro Chapinha, o aniversariante, claro!
Ah,e sabendo de uma festa boa, me liga!
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Quem sou eu
Na sopa-eu tem a loucura macarrônica dos italianos do Norte, o instinto lúdico dos índios do Mato Grosso,a sagrada luxúria de habitar um corpo-fêmea nesse mundo doido e ainda arte, desejo, curiosidade, liberdade, volúpia, vento, silêncio...
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