“Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa...”. Me identifico com essa menina, personagem do livro “Mania de Explicação” de Adriana Falcão. Sucesso, por exemplo, “é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe”. E também quando a gente faz o que gosta e todo mundo acha legal! Ontem, depois de anos, reestreei uma personagem que criei a exatos 10 anos, no auge da minha crise dos 30! Ajeitei cenário, figurino, inclui uns acessórios, trilha sonora e tchan tchan tchan tchan: renasceu a Deusa, presidenta do Sindicato das Gordinhas Bem Resolvidas! O humor invade novamente a minha vida e meu umbigo sorri feliz! Caramba, como me diverti ontem! Talvez até mais do que a generosa platéia. E fiquei feliz, feliz, feliz... “Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma”.
Me lembrei do quanto gosto de fazer teatro e do quanto alimenta minh’alma! E mais, como é libertário estar em cena sozinha! Uma Anasha muito particular e necessária (pra mim) aparece ali! O que não quer dizer que eu não goste de fazer teatro com mais pessoas... Lembrei da minha infância em Cuiabá, quando fazia teatro pros vizinhos, já ali, incluindo nos textos minhas manias e explicações, claro!
Sei que essa onda boa vai passar daqui a pouco. Pouco é menos da metade. Assim é a vida. Então vou tratar de aproveitar essa lucidez, que é um acesso de loucura ao contrário. Agradeço ao Luis e a Mariana, amigos queridos que me deram uma baita força ontem. Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros” como eles fizeram ontem.
Quem sabe não estou mais disponível pro amor, hum!? Uma área que não anda lá muito bem das pernas e de todo o resto... "Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina”.
Às vezes, quando alguma área da minha vida entra em crise, tenho a tendência de colocar todas as outras no pacote. E de repente, nada mais faz sentido. E começo a questionar tudo... E sinto Vergonha que é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora”. E perco a autonomia e abro brecha pra manias chatas como: Indecisão que é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa; Preocupação que é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento; Agonia que é quando o maestro de você se perde completamente; Desespero que são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça; Angústia que é um nó muito apertado bem no meio do sossego; Culpa que é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia; Decepção que é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho e Desilusão que é quando anoitece em você contra a vontade do dia”.
Em contrapartida, quando uma área vai bem, contamina todas as outras, que é como amanheci hoje, achando legal tudo o que faço. É uma sensação muito gostosa, de estar em paz comigo, terreno fértil pra boas manias como: Certeza que é quando a idéia cansa de procurar e pára; Intuição que é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido; Interesse que é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento; Sentimento que é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado e Alegria que é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro”.
Sei que essa onda boa vai passar daqui a pouco. Pouco é menos da metade. Assim é a vida. Então vou tratar de aproveitar essa lucidez, que é um acesso de loucura ao contrário. Agradeço ao Luis e a Mariana, amigos queridos que me deram uma baita força ontem. Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros” como eles fizeram ontem.
Quem sabe não estou mais disponível pro amor, hum!? Uma área que não anda lá muito bem das pernas e de todo o resto... "Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina”.
Namastê
Segue o link do texto de Adriana Falcão
Anasha - setembro, auge da seca no cerrado!