Umbigo de Eros

Te convido para sentar no sofá vermelho de Eros... Vamos escarafunchar os Umbigos!




Essa semana fazem 3 anos que mudei de nome. Nunca conversei com meus pais sobre as intenções que vieram junto com meu nome de batismo, mas imagino que tenham sido muitas e lindas. Mas sei perfeitamente quais foram as minhas intenções quando eu mudei meu nome e, de certo modo, me pari novamente. No início, quando me chamavam de Anasha, soava estranho, como um suspiro, criando uma pausa na existência, me fazendo rir por dentro e lembrar imediatamente dos combinados profundos vinculados ao nome. Mas confesso que hoje a mágica de ouvir meu nome e acionar minha essência, perdeu um pouco a força. E então me lembrei do texto “Canção da Criança”, da poetisa africana Tolba Phanem:

“Quando uma mulher de certa tribo da Africa sabe que está grávida, se refugia na selva com outras mulheres, e juntas, fazem orações e meditam até que surja a canção da criança. Elas sabem que cada alma tem sua própria vibração que expressa sua individualidade, unidade e propósito.  As mulheres cantam a canção em voz alta. Depois retornam à tribo e ensinam a canção aos demais.
Quando a criança nasce, a comunidade celebra cantando a sua canção. Logo, quando a criança começa a estudar, o povo se reúne e canta a sua canção. Quando a criança é iniciada como adulto, todos cantam a sua canção. Em seu casamento, a pessoa escuta a sua canção. Finalmente, quando a pessoa morre, a família e os amigos se aproximam do seu leito e, assim como no seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-lo em sua transição.  
Mas nesta tribo da África há outra ocasião na qual se canta a canção da pessoa. Se em algum momento durante a sua vida, ela comete um crime ou um ato anti-social, a pessoa é conduzida ao centro de seu povoado, forma-se um circulo ao seu redor e todos cantam a sua canção. A tribo reconhece que a correção não está no castigo, está no amor e na recordação da sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidades de ferir os outros. (...).

Penso na vibração própria da minha alma e viajo nas semiologias sincrônicas subliminares ao livre arbítrio... No universo sannyasin (de onde provem meu novo nome), recebemos também sobrenomes que nos vinculam ao nosso caminho de crescimento nessa vida. Recebi o sobrenome Nirava, da família do Silêncio. E, sorri, grata. E tenho tentado acatar essa difícil mensagem. Outras peculiaridades me fascinam na mudança de meu nome:

Vanessa nasceu em 03/10 e Anasha em 30/01, e só fui me dar conta disso muito depois... Vanessa é o nome científico de um tipo de borboleta, dessas cor de laranja, que andam em bando. Sem contar que é o nome de uma atriz inglesa – Vanessa Redgrave – que minha mãe amava e só fui saber disso depois que já era atriz! (propósitos subliminares...). Em grego Psyqué é a palavra para designar borboleta e também alma. Anasha significa imortal, e sendo a alma a única coisa imortal, eis que, como a serpente Uroborus, volto pro mesmo ponto de onde vim. É impossível fugir daquilo que se é. Mas é bem fácil esquecer... Graçasaosdeuses, existem os amigos e as pessoas queridas que nos amam e que nos lembram quem somos:

“Teus amigos conhecem tua canção e a cantam para lembrá-lo. Aqueles que te amam não se enganam pelos erros que você comete ou pelas escuras imagens que mostras aos demais. Eles te fazem lembrar a tua beleza quando te sentes feio, a tua totalidade quando estás abatido, a tua inocência quando te sentes culpado e o teu propósito quando ficas confuso”. Tolba Phanem

Sempre grata pelas pessoas que me cercam, lembrando que puxões de orelha existenciais são sempre bem vindos!

Namastê

Anasha