A série "Umbigos do Cinema" se presta a compartilhar as
viagens que o filme citado me suscitou, em termos de lembranças, sentimentos,
delírios, associações, amplificações... Não se trata de crítica de cinema e sim do compartilhar de experiências. Gravidade (Gravity), uma ficção científica 3D do mexicano Alfonso
Cuarón, não é um super cinema, mas tem lá seus méritos. Não é um filme narrativo (ou
não deveria) e sim estético. Astronautas no Espaço à
mercê da (pouca) Gravidade... Como não viajar nesse contexto?
O que mais me emocionou (vou ao cinema pra isso!) foram as imagens do Espaço. As iniciais, sobretudo, porque depois o diretor não as explora, uma pena! E me lembrei da última vez que fui ao Planetário, há uns quatro anos, em SP. Chorei feito criança, ali sentada, olhando pro alto, aquele mundão sem fim bem ali, e eu tão Nada, tão pontinho... O Universo me fascina, me encanta, me cala, me chora... Me deixa humilde, me põe no meu lugar... E penso nos tantos Universos que carregamos, que criamos, que desmanchamos a cada dia, a cada hora, a cada ano... Penso nos Universos dentro da gente, como o crescimento de um bebê... Penso na Felicidade, que é o que verdadeiramente importa. Penso na Fragilidade da vida, ali no Espaço, e aqui na Terra... Penso no Autocontrole, ali no Espaço, vital pra sobrevivência, mas aqui, muitas vezes, a armadura que impede a Vida de fluir... Penso na Gravidade, muitas vezes subjetiva, que me faz leve, outras vezes levíssima, e outras ainda tão pesada...
O que mais me emocionou (vou ao cinema pra isso!) foram as imagens do Espaço. As iniciais, sobretudo, porque depois o diretor não as explora, uma pena! E me lembrei da última vez que fui ao Planetário, há uns quatro anos, em SP. Chorei feito criança, ali sentada, olhando pro alto, aquele mundão sem fim bem ali, e eu tão Nada, tão pontinho... O Universo me fascina, me encanta, me cala, me chora... Me deixa humilde, me põe no meu lugar... E penso nos tantos Universos que carregamos, que criamos, que desmanchamos a cada dia, a cada hora, a cada ano... Penso nos Universos dentro da gente, como o crescimento de um bebê... Penso na Felicidade, que é o que verdadeiramente importa. Penso na Fragilidade da vida, ali no Espaço, e aqui na Terra... Penso no Autocontrole, ali no Espaço, vital pra sobrevivência, mas aqui, muitas vezes, a armadura que impede a Vida de fluir... Penso na Gravidade, muitas vezes subjetiva, que me faz leve, outras vezes levíssima, e outras ainda tão pesada...
A Gravidade é deusa poderosa, responsável por manter a Terra e os
outros planetas em suas órbitas em torno do Sol, a Lua em órbita em volta da Terra, pela formação das marés e por muitos outros fenômenos naturais. Analogamente, esse
aumento da Gravidade no meu Universo hoje, traz novas gentes, novos sentimentos, novos desafios pra minha órbita... Preenche
muito espaço Vazio...
Mas voltando ao filme, quase no final, há uma cena, que achei que seria a final (poderia e talvez fosse mais verossímil. Mas quem é mesmo que quer verossimilhança?) onde a protagonista, exausta de tanto lutar pra sobreviver, desiste. Ela desliga o oxigênio e espera a morte enquanto ouve a má sintonia de uma estação de Rádio na China, onde um cara canta uma canção de ninar... Ali, viajei, viajei muito, e vi o início e o fim da vida se encontrando... Aquela que morre e, ao mesmo tempo, renasce... Clarissa Pinkolá Estés, no livro "Mulheres que correm com os lobos" usa muito o termo vida-morte-vida, que acho bem apropriado aqui. Enfim, a mulher, vendo que não lhe resta mais nada a fazer, simplesmente se entrega! Já senti exatamente isso, certa vez quando achei que o avião em que estava iria cair. Eu simplesmente relaxei e entreguei-me ao Universo, ao Espaço, profundamente, numa Leveza talvez jamais alcançada. Ali, extrapolei a Gravidade...
O avião não caiu, claro. Mas esta epifania solitária, me deixou mais perto da Morte e acho até que ficamos amigas... Ela e seu consorte, o Fim, parceiros inseparáveis da Vida, do Universo, do Início... Deuses implacáveis! Estranho fenômeno esse: a Morte bate à minha porta mas desiste. E deixa como ensinamento a certeza de sua presença constante na minha Vida. A Vida bate à minha porta e não desiste: me invade, me toma, me traz novos Universos, e me sinto acuada! Entregar-se à Vida exige muita Gravidade...
Mas voltando ao filme, quase no final, há uma cena, que achei que seria a final (poderia e talvez fosse mais verossímil. Mas quem é mesmo que quer verossimilhança?) onde a protagonista, exausta de tanto lutar pra sobreviver, desiste. Ela desliga o oxigênio e espera a morte enquanto ouve a má sintonia de uma estação de Rádio na China, onde um cara canta uma canção de ninar... Ali, viajei, viajei muito, e vi o início e o fim da vida se encontrando... Aquela que morre e, ao mesmo tempo, renasce... Clarissa Pinkolá Estés, no livro "Mulheres que correm com os lobos" usa muito o termo vida-morte-vida, que acho bem apropriado aqui. Enfim, a mulher, vendo que não lhe resta mais nada a fazer, simplesmente se entrega! Já senti exatamente isso, certa vez quando achei que o avião em que estava iria cair. Eu simplesmente relaxei e entreguei-me ao Universo, ao Espaço, profundamente, numa Leveza talvez jamais alcançada. Ali, extrapolei a Gravidade...
O avião não caiu, claro. Mas esta epifania solitária, me deixou mais perto da Morte e acho até que ficamos amigas... Ela e seu consorte, o Fim, parceiros inseparáveis da Vida, do Universo, do Início... Deuses implacáveis! Estranho fenômeno esse: a Morte bate à minha porta mas desiste. E deixa como ensinamento a certeza de sua presença constante na minha Vida. A Vida bate à minha porta e não desiste: me invade, me toma, me traz novos Universos, e me sinto acuada! Entregar-se à Vida exige muita Gravidade...
Dica: Me
disseram que o filme visto em IMAX 3D é uma experiência estética outra. Em
Brasília, só em 3D... Ah, vale levar junto boa companhia, pra apertar e ficar juntinho nas horas tensas da aventura espacial...
Namastê