Umbigo de Eros

Te convido para sentar no sofá vermelho de Eros... Vamos escarafunchar os Umbigos!

Hoje me chegaram coisas subversivas: Flashes da festa de sexta-feira (Festa é ritual que tem um super poder de subversão, ás vezes, desperdiçado. Não foi o caso, gracias a la vida!); “A molécula do espírito”, documentário sobre uma molécula que há nos seres vivos relacionada a experiências espirituais e com a qual se criou uma nova droga; um vídeo do Tom Zé falando do refrão do funk “Tô ficando atoladinha” onde cita que 68% das alunas da USP não gozam, e que o refrão é educativo, reflexivo/elucidativo sei lá... Tom Zé criativamente vivo e subversivo aos 70 e poucos... 

Os shows do músico cubano Alain Pérez também são pura subversão. E olha que só vi alguns em vídeo e foi sempre arrebatador. Me dá um desconcerto ver tamanha entrega, tanta volúpia esparramada... Ele parece tomado de uma força superior, quebrando regras, criando ao vivo, pervertendo... Aciona a memória atávica da mesma força em mim, também inenarrável... Enfim, subversão: Ação ou efeito de subverter; prática de atos subversivos; revolta, insubordinação contra a autoridade, as instituições, as leis e os princípios estabelecidos.

Dos sinônimos possíveis - desobediência, indisciplina, insubmissão, insubordinação e rebelião - insubmissão traduz meu modo de ver a coisa. Não estar submisso a nada nem ninguém, seguir a bússola da alma... Nada a ver com rebeldia. Osho falava muito disso. Outro subversivo genial! Todos nós já vivemos ou sentimos essa força em nós, em momentos onde fomos extremamente contra o estabelecido, não por rebeldia, mas por necessidade profunda, liberdade ontológica! Quando a Verdade toma a cena sem medidas. Dançar, meditar, transar, podem desencadear isso... E tantas outras experiências, talvez algumas nem catalogadas ainda.


Conhecer gente e, em tempo real, fazer o exercício do não-julgamento, é subversão. Julgar é estar submisso a algo bem restrito, limitado e impeditivo. O julgamento impede o novo. Abafa o novo. O amor é subversivo. Nos sinto quase que perdendo o contato com sua capacidade revolucionária... O beijo também é pura subversão, ainda. Assim como afeto, carinho, sexo quando expressos livremente. O silêncio também. Invejo os silenciosos. Quando naturalmente silenciosa alcanço algo novo, e muito velho em mim, em nós, no mundo. Mas confesso, ainda, o tal medo. Você tem medo de que? Eu? De subverter-me...

Me lembrei agora do avesso da subversão: a submissão total, a algo negativo, claro. Como alguém que se mantém cegamente apaixonado por um outro que não lhe considera em nada, não lhe quer, lhe trata mal até. Como perdemos totalmente a consciência, o senso de dignidade? De repente, sucumbimos. Em variados graus, todos nós já sucumbimos. Quando nossa força interior nos abandona... Vai pra onde? No seu lugar fica prisão, restrição, sofrimento. Escolhidos. E como esse algo forte em nós permite isso? Existe submissão boa? Submissão a algo que eleva, engrandece? 

Enfim, a vida segue lindamente louca e cruelmente amorosa. E eu sigo amando gente subversiva, mestres que nos lembram da substância de que somos feitos. Subversão é a essência da alma. Desculpem mas cito pela miléssima vez o livro “A Alma imoral” do qual a atriz Clarice Neskier criou um monólogo genial, e necessário. Sem subversão a alma sufoca!

Links associados:
Tom Zé e o refrão de “Tô ficando atoladinha!” 
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=E5Wc0iXAOVQ#!
Filme “A molécula do espírito”.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=7q9gq9usxiU
O cubano Alain Pérez, sempre improvisando e levando seus músicos junto 
http://www.youtube.com/v/nSerlwxruKo&fs=1&source=uds&autoplay=1
Filme “Sem limites”
http://www.youtube.com/watch?v=JMU_ksS3fq4

Um beijo, pretensamente subversivo, já que amoroso, onde você quiser...

Namastê
Anasha