Morreu nosso amor
E pari sua festa
De regozijo e graça
De luto, cura e promessa
Morto sem enterro e despedida
Fica puto da vida
Vira fantasma
Que lacra a entrada
Praga sacramentada!
Sendo considerado,
ganha vida o danado
ganha vida o danado
No fluxo das possibilidades
E segue em seu movimento,
Rizomático
Morte e vida, Severina menina
É dança interminável
Fora e dentro de mim
Que num festejo solitário
Me despedi de ti
Suor, saliva, sangue, gozo, lágrima, coriza
Suor, saliva, sangue, gozo, lágrima, coriza
Expurguei os líquidos trocados
Dancei a cama, o prato, o livro, o filme, o garfo, o lapso
Paixão, afeto, amor, carinho, cuidado
Se foram, voando, lado a lado
Desatei amarras e nós
Limpei cheiro, pele e presença
Abrindo espaços e fendas
Vai livre, amor nosso
Vai livre, amor meu
Voa livre, amor
Namastê
Anasha