Fui dormir matutando sobre a neurose nossa de todo dia, especialmente aquela que aparece quando estamos num relacionamento amoroso. Acho até que sonhei com isso... E acordei pensando em Jung e, em como, certas relações exemplificam seus conceitos. Mas ainda sigo pensando que tem gente de neurose freudiana, outros neurose lacaniana, reichiana... A minha é bem junguiana, creio ou desejo.
É bom lembrar que o ego se identifica com a qualidade masculina ou feminina do corpo, enquanto Anima e Animus são uma função do inconsciente, daí a dificuldade em lidar com eles. Quando estamos apaixonados isso é nítido, pra quem vê de fora, claro! A mulher projeta no homem o melhor do seu homem interior, que ela ainda não reconhece em si, seu lado heróico, corajoso, justo, guerreiro, guia espiritual etc e tal, e se apaixona (por si mesma, sem saber). O homem se torna mais importante do que tudo na vida dela que passa a ser a mariposa voando em torno da sua chama. Assim, sua própria chama criativa se perde, se desloca pro outro. O homem apaixonado, por sua vez, projeta na mulher sua sensibilidade, suas emoções, seus afetos e se apaixona por tudo isso, que de fundo, está dentro dele.
No entanto, aos poucos, a imagem idealizada do parcerio (a) vai sendo tomada de realidade, e os defeitos e dificuldades dele(a) vão ficando claros, afinal ambos são humanos e não Deuses. A imagem idealizada cai por terra! Esse é o momento crucial, onde um relacionamento verdadeiro pode florescer e se transformar numa relação madura de amor. Infelizmente esse é também o ponto onde muitos desistem, viciados que estão no véu de maia da paixão! Seguem buscando nova relação e nunca passam dessa fase inicial que se repete vida à fora num looping cansativo e infantilizado.
No entanto, aos poucos, a imagem idealizada do parcerio (a) vai sendo tomada de realidade, e os defeitos e dificuldades dele(a) vão ficando claros, afinal ambos são humanos e não Deuses. A imagem idealizada cai por terra! Esse é o momento crucial, onde um relacionamento verdadeiro pode florescer e se transformar numa relação madura de amor. Infelizmente esse é também o ponto onde muitos desistem, viciados que estão no véu de maia da paixão! Seguem buscando nova relação e nunca passam dessa fase inicial que se repete vida à fora num looping cansativo e infantilizado.
Indignada com o homem real, a mulher é tomada do Animus negativo sendo possuída por opiniões, conceitos, afirmações críticas, certezas generalizadoras, impessoais, frias, toscas e que irritam profundamente qualquer mortal. Uma lógica masculina inferior, um macho bem baixo nível a toma! E assim o Animus negativo rouba da mulher sua criatividade, já que toda essa crítica voraz é também auto-crítica impeditiva. Qualquer lampejo criativo é logo reprimido e questionado pelo Animus. “Pra que fazer isso? Não vai te levar a nada! Você não vai conseguir mesmo!”. Entretanto, o junguianao John Stanford afirma que 85% dos ataques de Animus constitui um apelo disfarçado ao amor, embora, infelizmente, produza o efeito contrário, e afaste o parceiro. Seria um modo desesperado e cobrador de pedir amor que só afasta o outro.
Ao mesmo tempo, no homem, um aborrecimento não manifesto diretamente é captado pela Anima que o transforma em ressentimento. Um homem melindrado, que dá chiliques, se magoa por qualquer coisa, num humor hiper sensível está tomado pela Anima negativa! Pra sair dessa vibe o homem deve expressar o que sente diretamente no relacionamento. Mas muitos homens não o fazem, preferem se isolar, se vitimizar, o negar e fugir à relação, que pede contato, interesse, esforço, diálogo, senão sucumbe. Dizer “tal coisa me magoou” parece impossível. Expressar sentimentos ainda é um grande desafio para muitos homens, talvez o legado negativo que carregam do patriarcalismo. Quando um homem renega seus sentimentos, não consegue falar deles, vive evitando encontros de cunho emocional com outras pessoas, ele se transforma num mal humorado crônico, numa pessoa ressentida ou num homem manipulado e arruinado pela Anima, estando também dominado pela Mãe (enquanto arquétipo).
O que o homem não sabe é que quando uma mulher gosta mesmo de um homem, ela não irá rejeitá-lo porque ele manifesta raiva ou outra emoção forte, pelo contrário, ela percebe que o relacionamento significa algo pra ele, já que houve ali uma autêntica resposta emocional.
“A ira de um homem pode representar sua reação saudável contra a dominação, e essa espécie de indignação a mulher ficará feliz de receber, pois reconhecerá e respeitará nela a força de seu homem, e libertar-se-á de sua tendência instintiva de dominá-lo. É como se dissesse: ”Chegamos ao ponto que eu queria. Agora posso parar de dominá-lo porque ele se tornou ele mesmo”.
E quer saber? Se você se identifica com algumas das questões abordadas acima, corre atrás de sair dessa. É super possível. Hoje não cabe mais o velho preconceito de que terapia é coisa pra doido. Todo mundo devia fazer e a vida nossa de todo dia seria bem mais fácil. E também não venha dizer que é caro. Hoje todo plano de saúde tem e mais, muitas faculdades de psicologia oferecem atendimento gratuito.
Texto inspirado no livro “Os parceiros invisíveis” de John A. Sanford.
Fui... Pra terapia!
Namastê
Anasha