O resultado do que vai acontecer daqui a pouco será decisivo pra mim, em termos de trabalho... Tudo tem que ser resolvido hoje senão... O prazo é rígido, e se não for cumprido, já era. É sempre assim no final do ano, por pura incompetência alheia, da qual ficamos à mercê. Isso que dá depender do governo.
Até o fim do dia saberei o resultado, positivo ou negativo, de uma tramitação que perpassa vários níveis de burocracia externos e internos. Se a internet ou celulares derem pau, pode ser fatal. Carro enguiçar? Meudeus! Acidente de trânsito, motorista bêbado recém saído de almoço de confraternização? E se um técnico do sistema demorar um pouco mais pra voltar do almoço? E se alguém esquecer o celular e demorar um pouco mais pra repassar uma informação vital? E se o cartório não cumprir o prazo de entrega do documento? E se a pessoa que tem que assinar tudo tiver um problema pessoal e ficar indisponível? Uma pequena bola de neve de atrasos, que foge totalmente ao nosso controle, e pode acabar com tudo.
Uma imensa rede de pequenos acontecimentos e esse monte de gente, a maioria totalmente desconhecida, envolvida no meu destino! É uma loucura total e, ao mesmo tempo, normal. Foi sempre assim. O futuro vai sendo tecido no aqui e agora, por várias mãos, corações e mentes. Mesmo em se tratando da minha própria vida, acho que no fim das contas, não tenho menor ou maior parcela de responsabilidade... Livre arbítrio? Liberdade? Já não sei de mais nada. A única certeza que tenho é a de que o modo como lido comigo mesma nessas horas decisivas faz toda a diferença pra minha saúde. Se eu sucumbir, já era!
Sucumbir significa deixar-me levar pela ansiedade, fazendo crescer a bola de neve do stress. E então, fragilizada e amedrontada, minha mente seria tomada por imagens negativas, gerando tensão muscular crescente. Irritada, eu mudaria automaticamente o tom de voz pra algo esganiçado e raivoso. E seria tomada pela raiva, como uma espécie de escudo que dá ilusão de força. Sem ela, eu desabaria a chorar e não conseguiria fazer mais nada, o que seria o caos pra todo o processo em andamento. Então a raiva permaneceria. E qualquer pessoa que cruzasse o meu caminho nessa circunstância seria alvo e levaria bala. E assim, no fim do dia, mesmo que a resposta seja positiva, eu nem conseguiria comemorar devido à tanta tensão acumulada. Já passei muito por situações onde reagi desse jeitinho! Não vale nenhum pouco a pena. É, viva a maturidade, e a meditação, claro!
Tô aqui, super serena diante da situação, confiante de que seja lá o que aconteça, eu vou sobreviver. E se a resposta for negativa, outras possibilidades aparecerão, nunca no tempo que esperamos, eu já sei. Enfim, a vida é feita de altos e baixos, e, interessante tem sido manter-me centrada em qualquer situação, sem subir ás alturas quando tudo vai muito bem, e nem descer na lama, quando tudo vai mal. Às vezes, sucumbo geral... Enfim, sigo feito Alice, no país das maravilhas, buscando não apenas o meu tamanho verdadeiro, mas manter-me nele, ou fiel a ele, em qualquer situação.
Namastê
Anasha
Texto escrito em 28/12/2011
0 palpites:
Postar um comentário